terça-feira, 26 de março de 2013

Hugo se foi, de quem falarão agora?


Internacionalista e Analistas do cenário internacional do mundo e da América Latina principalmente, perderam há pouco tempo uma das figuras mais icônicas dos últimos anos. Hugo Chávez tinha seu populismo e sua personalidade no mínimo muito chamativos. Abalava qualquer estabilidade política com um simples comentário, dando principalmente a classe menos favorecida da Venezuela sua dose de irreverência.
De maneira alguma se deve descrever ou analisar Hugo Chavéz pelas grandes mídias, pois essas, ousando o descrever, o odiavam. Isto porque Chavéz não era o político do tipo que se prostrava ou cedia à pressão destas facilmente, ele governava do seu jeito e não era muito de agradar ‘gregos e troianos’, preferia a originalidade, se assim pode-se chamar.
Dados, já que estes são muito mais importantes do que as ações pra descrever um político atualmente demonstram que Chavéz não era nenhum ditador, era sim alguém que se destacava na Esquerda que toma o continente sulamericano. Não, a resposta é não pra quem acha que ele estatizou todas as emissoras de televisão, pois a grande maioria ainda pertence às empresas privadas. [A ‘lei dos medios’ na Argentina é mais ou menos assim. No Equador também não é muito diferente]. Não, ele não usava o petróleo pertencente ao povo venezuelano pra encher o cofre dos mais ricos, mas sim distribuía ao seu povo com uma dos maiores programas de distribuição de renda que se conhece nesta parte do continente, e, pasmem, até mesmo ‘aquecia’ muitas família estadunidense, país do qual era alvo constante de críticas, no inverno com o petróleo da PDVSA.
Erroneamente (e muito!) se ‘demoniza’ a figura de Chavéz. Há uma forma não muito complicada de entender o que ele fazia e de repensarmos o modo de possibilidades idealistas de mudança: dinheiro, money, grana, cash! Em um mundo que está em uma crise liberal profunda por que seria correto usar deste para ser o deus na resolução dos problemas? Então, a la Chavéz e muitos outros, mude quais são os princípios de uso e resolução. Portanto, isso representa que é muito melhor distribuição de renda (sim, o dinheiro, mas pensando pelo lado de qualidade de vida), a saúde e a educação do que só dinheiro. Claro que é muito bom um tablet com internet de alta velocidade, mas de que adianta manter esse status se ainda o usamos como se fosse um lápis e papel?
Chavéz não está sozinho nessa. Acusam Cuba, embargam Cuba, e falam muito mal de Cuba. Pois não, assim como a Venezuela, Cuba tem muitos problemas, só que os seus índices de educação são maiores que de alguns países europeus. Saúde e educação têm suas prioridades revelam nitidamente a forma real de se demonstrar a Democracia. Cuba, o que muitos não sabem e vivem criticando por embargar as viagens da Yohani Sánchez, deu aos seus cidadãos a oportunidade de definir o seu futuro, deixando os mesmos participarem do processo de formação das leis. Poucos sabem que o irmão de Fidel tem seus dias contados no poder, por que está ocorrendo a mudança, mas o Jornal de segunda a sábado a noite da nossa televisão aberta não mostra isso, não é verdade? A Direita atual é a mais apavorada de todas, não consegue aceitar a mudança e apela pra liberdade de expressão, enquanto abusa da liberdade de opressão e distribui ignorância para a população. Tudo bem,é de comum acordo que o salário mínimo cubano não é um dos melhores, mas eu não me importaria em ter educação de qualidade e gratuita!
Enquanto se ouve falar em ‘ditadura populista’, a Direita chafurda em hipocrisia porque o povo está tendo sua vez. Há muito, mas muito por se fazer, mas na medida do possível isso vai mudando. Antes de um discurso esquerdista, é imperativo afirmar em um discurso humanista. Uma chaminé ou uma máquina não consegue falar ou representar as pessoas, talvez às pessoas possam fazer isso. Novamente frisando, não é pela grande mídia que nós podemos entender como funciona nosso continente, porque por ela tudo vai mal e você deve pensar que está pior.
O real sentido da Democracia também está na atividade do povo e não só na sua representatividade. Se for isso, corruptos (e todos os outros xingamentos feitos aos nossos ‘representantes’) estão fazendo muito bem o trabalho! O real sentido de um internacionalista está em enxergar além e não se retrair ante aos absurdos.

*Texto dedicado aos calouros do semestre 2013-1 do Curso de Relações Internacionais, bem-vindos ao mundo da Ciência Sociais!

Um vídeo a se considerar vindo diretamente de Oxford: https://www.facebook.com/photo.php?v=163948287093137

Roberto Denis - Acadêmico do curso de Relações Internacionais, Unisul TB

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