Lincoln Niehuns Antunes
Em Novembro, os Estados Unidos elegerão seu novo presidente e apenas
dois candidatos disputam a cadeira máxima da Casa Branca. De um lado, do
Partido Democrata, temos Barack Obama, tentando a reeleição e segurando as
pontas do país na tentativa de recuperar a fraca situação econômica em que se
encontram, defendendo o aumento de impostos sobre a renda dos mais ricos e
expansão de incentivos ao preparo da mão de obra, além da iniciativa de reforma
na saúde, que vem sofrendo forte oposição dos republicanos.
Do Partido Republicano (GOP), temos Mitt Romney, disposto a
restabelecer políticas revogadas pelo governo Obama, além de querer perpetuar o
esquema de economia que beneficia os empresários com pagamentos de impostos desproporcionais
e implementar um plano orçamentário que coloca em risco as conquistas sociais
alcançadas por Obama. Romney possui apoio incontestável da base conservadora, o
Tea Party, a massa americana que concentra todos os seus esforços em dificultar
a vida de gays, negros, latinos, e mulheres, sempre defendendo suas ideias com
“incríveis” argumentos encontrados na bíblia. Romney, que não é católico e nem
evangélico, mas sim Mórmon, tenta com muito esforço desviar as atenções deste
fato em sua campanha, pois é sabido que evangélicos (que possuem forte base no
país) não são amigáveis a esta religião. Além de sua
origem religiosa, Romney também é fraco nas relações externas, com declarações
absurdas como “Londres não está preparada pra receber as Olimpíadas” e “A
prosperidade econômica de Israel é devida a superioridade cultural de seu
povo”. Ambas as declarações provocaram respostas revoltadas de diferentes
líderes.
Recentemente, Obama declarou ser a favor do casamento entre pessoas do
mesmo sexo, disparando uma resposta rápida do seu concorrente, que fez questão
de deixar bem clara sua posição contra este “tipo” de união. Em um momento em
que o futuro da maior potência do planeta está sendo discutido, havendo
questões importantíssimas em jogo, parece que grande parte da nação ainda está
concentrada em tópicos que não deveriam ter tanta importância, apoiados
fortemente pela mídia conservadora como a Fox News. Os republicanos parecem
focar a agenda de Romney na questão da imigração, onde atacam os latinos, na clássica
questão de mirar a culpa nos estrangeiros quando seu país está em crise; na
proibição do aborto, assunto esse que o GOP sempre atrela máxima importância,
pois para seus integrantes, a mulher não tem o direito de comandar seu próprio
útero, situação esta, que acaba de se agravar com a escolha de Paul Ryan para
ser o vice de Romney. Ryan é anti-abortista radical e defende a criminalização
do aborto até mesmo em casos de estupro, incesto e risco de saúde para a mãe.
Por último e não menos importante, para finalizar e chegar à pergunta
do título, a questão da união entre pessoas do mesmo sexo, o assunto preferido
dos conservadores, que não admitem a possibilidade de dois homens ou duas
mulheres se casarem. O motivo: “A bíblia diz que é errado! Ponto!”.
Até onde as pessoas pretendem chegar, tentando impor suas crenças
religiosas umas às outras? Se Romney vencer a corrida presidencial, veremos
escurecer a alvorada dos direitos conquistados até aqui? Esperaremos por mais
atos subversivos como a prisão das heroínas do Pussy Riot na Rússia, onde
religião e governo estão cada vez mais unidos? Não precisamos ir tão longe, se
olharmos a nossa bancada evangélica no planalto, que trabalha somente para
fazer valer aquilo que sua religião diz que é certo, negando o cumprimento de
direitos a milhões de cidadãos, em um país como o Brasil, constitucionalmente
laico. Resta aguardar Novembro.
Santa ignorância... O autor dessa atrocidade (perdoe-me, mas não posso chamar isso de artigo) certamente jamais leu Edmund Burke, Russel Kirk, ou mesmo os autores de língua portuguesa que deixam a teoria mais mastigadinha, como João Pereira Coutinho. O resultado é esse amontado de frases preconceituosas e sem nenhuma base empírica. Assume-se que um internacionalista ao criticar uma perspectiva ao menos entenda as bases da mesma, mas infelizmente o senhor Lincoln não fez isso.
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