domingo, 19 de agosto de 2012

Onde o conservadorismo pretende chegar?

Lincoln Niehuns Antunes




Em Novembro, os Estados Unidos elegerão seu novo presidente e apenas dois candidatos disputam a cadeira máxima da Casa Branca. De um lado, do Partido Democrata, temos Barack Obama, tentando a reeleição e segurando as pontas do país na tentativa de recuperar a fraca situação econômica em que se encontram, defendendo o aumento de impostos sobre a renda dos mais ricos e expansão de incentivos ao preparo da mão de obra, além da iniciativa de reforma na saúde, que vem sofrendo forte oposição dos republicanos.
Do Partido Republicano (GOP), temos Mitt Romney, disposto a restabelecer políticas revogadas pelo governo Obama, além de querer perpetuar o esquema de economia que beneficia os empresários com pagamentos de impostos desproporcionais e implementar um plano orçamentário que coloca em risco as conquistas sociais alcançadas por Obama. Romney possui apoio incontestável da base conservadora, o Tea Party, a massa americana que concentra todos os seus esforços em dificultar a vida de gays, negros, latinos, e mulheres, sempre defendendo suas ideias com “incríveis” argumentos encontrados na bíblia. Romney, que não é católico e nem evangélico, mas sim Mórmon, tenta com muito esforço desviar as atenções deste fato em sua campanha, pois é sabido que evangélicos (que possuem forte base no país) não são amigáveis a esta religião. Além de sua origem religiosa, Romney também é fraco nas relações externas, com declarações absurdas como “Londres não está preparada pra receber as Olimpíadas” e “A prosperidade econômica de Israel é devida a superioridade cultural de seu povo”. Ambas as declarações provocaram respostas revoltadas de diferentes líderes.
Recentemente, Obama declarou ser a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo, disparando uma resposta rápida do seu concorrente, que fez questão de deixar bem clara sua posição contra este “tipo” de união. Em um momento em que o futuro da maior potência do planeta está sendo discutido, havendo questões importantíssimas em jogo, parece que grande parte da nação ainda está concentrada em tópicos que não deveriam ter tanta importância, apoiados fortemente pela mídia conservadora como a Fox News. Os republicanos parecem focar a agenda de Romney na questão da imigração, onde atacam os latinos, na clássica questão de mirar a culpa nos estrangeiros quando seu país está em crise; na proibição do aborto, assunto esse que o GOP sempre atrela máxima importância, pois para seus integrantes, a mulher não tem o direito de comandar seu próprio útero, situação esta, que acaba de se agravar com a escolha de Paul Ryan para ser o vice de Romney. Ryan é anti-abortista radical e defende a criminalização do aborto até mesmo em casos de estupro, incesto e risco de saúde para a mãe.
Por último e não menos importante, para finalizar e chegar à pergunta do título, a questão da união entre pessoas do mesmo sexo, o assunto preferido dos conservadores, que não admitem a possibilidade de dois homens ou duas mulheres se casarem. O motivo: “A bíblia diz que é errado! Ponto!”.
Até onde as pessoas pretendem chegar, tentando impor suas crenças religiosas umas às outras? Se Romney vencer a corrida presidencial, veremos escurecer a alvorada dos direitos conquistados até aqui? Esperaremos por mais atos subversivos como a prisão das heroínas do Pussy Riot na Rússia, onde religião e governo estão cada vez mais unidos? Não precisamos ir tão longe, se olharmos a nossa bancada evangélica no planalto, que trabalha somente para fazer valer aquilo que sua religião diz que é certo, negando o cumprimento de direitos a milhões de cidadãos, em um país como o Brasil, constitucionalmente laico. Resta aguardar Novembro.

Um comentário:

  1. Santa ignorância... O autor dessa atrocidade (perdoe-me, mas não posso chamar isso de artigo) certamente jamais leu Edmund Burke, Russel Kirk, ou mesmo os autores de língua portuguesa que deixam a teoria mais mastigadinha, como João Pereira Coutinho. O resultado é esse amontado de frases preconceituosas e sem nenhuma base empírica. Assume-se que um internacionalista ao criticar uma perspectiva ao menos entenda as bases da mesma, mas infelizmente o senhor Lincoln não fez isso.

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